segunda-feira, 11 de março de 2013

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Por: Maiara Cecília

Olhando, depois de tanto tempo por um instante, para a presilha berrante de plumas, eu tenho que admitir, que houveram imensas mudanças.
Eu tenho essa memória, engraçada com ela de que vovó carinhosamente me chamava quando eu a usava, de meu pequeno pavãozinho.
Saudades, do sorrir espontâneo dela!
Sim, imensas, pois na época antes até do colégio de freiras eu ia para a escola a tarde tomar sopa, ouvindo os professores quase, a todo tempo se queixando do seu trabalho e poucas vezes, eles eram compreensíveis para com os alunos.
Ia e vinha de topique e chegando tarde em casa comendo um pãozinho com margarina, chegava quase que, de noite porque o transporte passava em algumas casas próximas antes, de chegar á minha.
Então, eu quase toda a manhã sem querer, acordava atrasada e tinha que estudar no fim de semana para a prova, e eram sempre, sobre os cálculos mais difíceis.
E como não conseguia aprender, tanto que tive que repetir a segunda série, minha mãe é que, me ensinava o necessário.   
O bom é que, chegava em casa mesmo que tarde e conseguia assistir aos desenhos animados ou aos programas de comédia, gravados ainda em fitas cassetes.  
E indo de escola á escola me deslumbrava com as pequenas coisas que nunca vira, como um caderno cheio de adesivos brilhantes, uma lapiseira, o uniforme novo...
Depois, na transição para a minha adolescência eu tinha apenas, se me lembro bem dois pares de tênis um preto de marca nacional e um cinza sem nada, apenas mais tarde eu ganhei meu primeiro par de All Star, era lindo! Cinza com os detalhes de um teclado, cano alto.
Mas, ainda no tempo apenas, dos dois pares foi que pensei em tomar a iniciativa para ter algo bom no futuro.
 E foi o que fiz, escrevi o primeiro livro, fui para a outra escola.
E lá conheci a literatura, a boa musica, a importância de ser mais humano e além, de tudo, a idéia de correr atrás para realizar, os seus objetivos.
Mas nisso, acabei me tornando um pouco como a uma princesinha mimada, que nunca lavava uma louça, que apenas, parecia se importar com a sua imagem, como se o mundo fosse a essa garotinha como a um espelho, onde ela pudesse passar horas se admirando.
Porém, depois de muitos altos e baixos essa mesma garotinha, aprendeu que o mais importante é por mais difícil que seja, é valorizar o agora, parar de se queixar á toa e amar muitas vezes, o próximo mais do que a si mesmo!
E que essa é a verdadeira, busca pelo Amor.
É difícil, claro, mas, não custa tentarmos, não é?
E hoje observando, todas as transformações positivas, pelas quais já passei sinto, que estou onde deveria estar, feliz agradecida, realizada e que não preciso dos excessos.
Me sinto, quase não como a uma menina, talvez, como a uma mulher mais decidida.
Pois, em meio à rotina vou ver como anda o jardim, tomar depois de organizar a cozinha um pouquinho, morno de café, que me remete muitas vezes, ao aconchego do Lar.

“É indispensável, se ter fé”.

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