domingo, 21 de abril de 2013

Olhos d' água

Por: Maiara Cecília

Já, se passa das dez e hoje eu vim lhe contar que, ainda me consolo com o forte café.
Será que, posso vir a imaginar que meu amor, ainda estará lá?
Entusiástico, com brilho em olhos de menino, meu copo d’água em sede voraz.
Desatino!
Quantas, dessas águas ainda hão de rolar, sou ou não sou afinal, feliz?
Sempre, me pego a perguntar.
A que horas se conseguir me lembrar, quem mesmo disse Adeus, a quem?
Dizem, que o passado não vale a pena carregar, que faz a gente adoecer.
 Mas afinal, quem disse, adeus a quem?
Pois, se me lembro bem, nunca pude conquistar seu carinho, pois eu acabava fechada, centrada, lendo poesias concordo, regradas.
E você quietinho, com um risinho de lado, tão doce e alvejado por tantas outras...
 Talvez, bem mais apaixonadas e dispostas a sofrer, por um alguém que eu nem, sei se consegui de fato, conhecer.
Falta de tempo não foi porque me dispus, mas, ás vezes, em certas horas o relógio entorta, o telefone já nem toca, e a caneta não mais rabisca.
 Quem dera! Não ter deixado, a saudade que fica.
Karma, quanto mais se reflete mais se escreve, talvez também, mais se sofra.
Quem dera! Tivesse, ainda arrancado coisas líricas de minha boca e não me deixado, esse desfeito.
Porém, já que bem ou mal, lá ou cá, dá-se um jeito, eu ainda prefiro me lembrar dos jogos de futebol, dos sois de Domingo.
Onde, o seu cheiro me lembrava da casa, das memórias de menina.
Onde pelos cantos eu suspirava e sorria mais, vivia!
Vivo, agora talvez em trovas de certo, melancólicas ouvindo a possível, voz do coração.
Ou seria, o som das preces dando razão, permanência, a idéia de que algo bom, por muitos e muitos anos mesmo, relutante, a gente, não esquece?
Vou procurar mesmo, que sentida algo que convenha do outro lado, da vida.
Eu sei como é dura a despedida, porém, não nos cabe chorar.
Sei que, isso lhe parece de certo, infundado, insensível, até desconexo, mas quem garante que mais alguém, com nossos motivos tão profundos, demonstrará, por nós também, até erroneamente e eternamente, o mesmo?
E é disso que, lhe confessando tenho medo, de não ter mais a sua bondade.
De não, poder por ti ser persoada, devido às tantas juras e promessas que lhe fiz, e nenhuma delas sei que já pode ter notado, cumpri.
É por isso, que tomando a ultima dose de coragem onde estiver, se puder lhe deixo esse humilde recado, como prova de que em tal sentimento tão bonito, e amigo tive fé.
Talvez, tudo mude, tudo se confunda outra vez, mas se puder deseje-me sorte para que consiga sorrir, sem consentir o que a sua falta me trás.
É de um sofrer muito vil ver-te, mas, não poder ouvir sua doce voz!
Imaginar seus lábios, mas, nunca possuir coisa tão formosa, tão sublime.
É como se para minha alma não houvesse sequer, nem mesmo, no castigo um pedaço de pão.
Se não tiver mais teu amor, tua face para recordar então, hei de talvez, partir sem nem mesmo, redenção!
Peço hoje, a Deus nessa noite vazia que ele dê aos homens um dia, uma luz como a sua.
Luz bondosa cheia do mais puro, Amor!
Quem me dera, poder ter passado tantos dias, tão pouco vividos, contigo.

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