domingo, 28 de julho de 2013

Soneto da ternura

Por:Maiara Cecília

Ah, quem dera, pudesse ter passado tantos anos perdidos contigo!
Quem me dera, pudesse não ser castigada pela dor da tua falta.
Quem me dera, pudesse ouvir outra vez os anjos á cantar, alçando-me as portas da eternidade.
Quem me dera, sob o seu sorrir me guardar dia e noite da maldade.
Quem me dera, tivesse seu olhar de menino, tua áurea bondosa para me consolar.
Quem me dera, pudesse voar sob as asas do tempo e ainda ter voltado apenas á ser uma criança em seus braços!
Ter voado para bem longe, de meus tormentos.
Quão bom o mundo seria, se todas as pessoas na vida uma vez pudessem ter vivido, o sonho que então vivi!
Mas, há de certo também uma ironia, pois ao mesmo tempo, em que eu o havia encontrado também contigo o deixei e assim, parti.
Talvez, o tenha perdido quando ouvi falar dos outros homens, dos rudes e cheios de si.
Pois, para eles o que vivi contigo, em tantas memórias tão mais felizes não passara de apenas, mais uma cega ilusão.
Entretanto, apesar de tantos desabores, de tantas flores despedaçadas e que não mais exalam qualquer perfume deixei-lhe como que uma fagulha de luz na escuridão, com todo o meu carinho e minha devotada se quiser, julgar-me paixão a Deus e a ti, o meu já derrotado e enfraquecido, coração!
Bem sabes, que muito lhe prometi e não pude então cumprir.
Peço-lhe desculpas, por não poder ter lhe dado tudo com que enfim, sempre sonhara.
Não sabes, o quanto me dói, o quanto me fere ter todos esses anos de distancia talvez, estado em dívida.
Não sabes, o quanto me dói lembrar teu nome e deixar cair uma lágrima, de arrependimento, de fracasso do rosto.
Só peço todas as noites, que seus sonhos sejam onde estiver sempre guardados para
ti num  lindo verão!
 Tanto quanto eu tentei e mesmo tentando persisti, e sendo assim, falhei.
Falhei por insistir no erro, falhei por não ser o que poderia.
 Falhei, por lhe guardar para mim com tal zelo que perdi, a noção de que poderia me assemelhar á tal natureza tão mais difícil.
Falhei porque, deixei escapar por entre meus dedos a humildade e de meus lábios,
 a sinceridade.
Porque agora, doce criança está em outros braços!
Dando seus sonhos e seu amor a outro alguém e eu talvez, tenha falhado por não ter conseguido admitir que, não queria dar o braço a torcer.
Que virei refém sem querer, do tolo ciúmes.
Saibas mesmo assim, que minha mente guardará a todo instante teu lindo rosto!
Que meu coração terá sempre, um lugar para você.
 Que o destino, não é um dos meus maiores temores.
O meu maior temor lhe confesso, com toda a sinceridade e pureza que há nessa menina tão pequena e sem nenhum, tostão para deixar:
É que alguém venha um dia, a lhe magoar.
É que um dia, alguém venha á lhe fazer desistir de sonhar!
Queira, Deus que o tempo não tome para si tamanha formosura.
Queira Deus que, tal coração tão especial não tenha nunca conhecido verdades tão cruas.
Que tão rara criatura, tenha sempre um mundo repleto de mar azul e tão brilhante quanto cada uma, das estrelas!
Que sejas, tu hoje e sempre meu anjo mesmo que, de mim se esqueças!
Porque afinal, o homem passa e não se compara com a divindade dos querubins.
Passa e não perdura, infelizmente volta ao pó, assim como o papel que então se rasga.
Porém, guarda se possível essas pequenas e mal escritas palavras.
As tenha se possível, como um humilde  presente: Mais um soneto. Mas, esse é como se estivesse entregando-lhe a minha alma, a minha essência.
Pois, para mim tu sempre serás o menino dos meus olhos, a minha redenção divina!
 Eu em tua homenagem o intitularei, o entoarei com toda a minha esperança de:

O soneto da Ternura.       

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