domingo, 23 de outubro de 2016

Bordel Um Conto de Fadas para Adultos outros capítulos ainda do mesmo nesse caso, certo!

Por: Maiara Cecília.
Bom aqui estão os Capítulos seguintes desse meu  segundo livro então, certo.
Quero dizer se um dia talvez você quiser ler algum deles aqui estão está bem.

                                           XI


Ela acabou se recuperando mais uma vez de uma de suas lembranças de início
assustadoras e que segundo ela havia ultrapassado a linha do que a sua mente tinha
pensado ser o limite em que a humanidade poderia lhe surpreender, lhe estarrecer. 
quem mais sofria diante desse espetáculo de sangue e desejos à venda, quase que
expostos numa vitrine, primeiramente era o seu estômago e em seguida, a sua
consciência.

Mas, o que ela Chantilly a essa altura poderia fazer para evitar tudo isso?
Toda essa bagunça, essa imensa queda que o seu eu interior gostaria de não mais vir a
sofrer – fosse enfim, de uma montanha, ou mesmo que do alto da torre de uma igreja -a
mais próxima possível, de preferência- pois, quem sabe assim ela viria a descansar 
finalmente um pouco o seu espírito. 
Deixando levemente para trás de uma vez por todas, o seu corpo e o seu provável Karma de ser quem teve que ser desde o dia em que nascera, estendida de cara no chão de uma rua qualquer, em uma esquina qualquer, onde poucos se lembrariam dela. Ou mesmo que, sem conseguir evitar a reconheceriam

tomados de amor ou de compaixão (que seja!). Quem sabe, essa não fosse ainda que tomada pelo instante de raiva e de desespero por
não poder prever uma resposta para todas as suas inquietações a saída que ela
concordava ser covardemente a mais fácil que ela havia encontrado. Ainda assim, tentou
analisar... -É... Que alívio talvez, eu viesse a sentir! Mesmo que pequeno! Mas... Não posso
mesmo assim! Isso seria ainda algo mais errado de se fazer. - Quem sabe, eu possa achar um outro jeito!

-Talvez, haja uma outra chance para que eu consiga vir a acertar em meio a uma maré
de tanto azar... E assim, tomada pela vontade de se libertar decidiu abrir uma das janelas altas da sua prisão e decidiu correr de encontro à chuva que se aproximava. Chantilly queria correr e correr o quanto mais velozmente conseguia, farta da Humanidade e suas questões tão imbecis, que abriam as portas dos seus corações para a completa aceitação do medo da
vontade de se subestimar perante todas as coisas!
E assim, a chuva molhava com seus pingos o seu rosto e as suas forças se renovavam
com a ajuda do sol, que assim como ela, parecia estar sentindo aquela imensa vontade
de lutar, de não mais vir a covardemente fugir. 
Pois, desde muito nova sempre havia dito para si mesma que jamais, iria se deixar subestimar ou recuar para com as suas crenças por causa de homem nenhum -fosse ele quem fosse- e para aquilo ela não daria a mínima!
Mas, ela tinha que concordar que nem mesmo as boas melodias de John Coltraine
poderiam ajudá-la agora. 
Porque o que ela mais queria no momento era aproveitar a chance que tinha em suas mãos de, enfim, escapar dele! Que o seu “Eu” particularmente
e interiormente o apelidou “diabinho sedutor”, que tinha um apetite quase que voraz, por sangue. Pelo sangue alheio... E o que será que, o seu bichinho estaria aprontando a uma hora dessas?

Do que provavelmente ela e ele iriam brincar naquela noite?
-Eu só espero que, ele não use de novo o mesmo clichê que seria um canivete ou mesmo
que uma faca!

- Ah, diante dele eu já não espero, enfim..mais coisa alguma. -Porque talvez, eu vá sumir do mapa mesmo, não é?

E prosseguia em orações em forma de pensamentos...
-Oh, Deus! Não, que ele não ter aparecido na minha vida... Que não tenha sido algo
inesperado, ainda mais para mim... Mas, eu acho que, o que eu estou sentido por ele... Infelizmente, eu tenho que concordar com o meu lado mais racional que talvez já esteja
esfriando...

-Não, não que eu esteja descontente com alguma coisa, sabe... Porém, eu tenho que
dizer logo de uma vez, para mim mesma que desde o instante em que eu o vi eu já
estava esperando... Que eu mesma em uma saia justa como essa talvez, já viesse a me
tornar mais exigente!

E ela seguia pensando seriamente enquanto cruzava as esquinas, compenetrada em
achar aproveitando a deixa, sua liberdade de escolha - o caminho habitual de casa.
-Não, isso seria uma tremenda prova de insanidade de minha parte.

-Quero dizer, eu talvez deva ser inteligente o bastante para saber que não devo me
entregar a um alguém que logo de cara já diz que se cansou de vagar pela terra à procura
de um outro alguém para vir a lhe causar qualquer tipo de sofrimento!

-E que precisa de um alguém para que consiga mais tarde comprar-lhe de um jeito ou de
outro, a alma... Quando ele estiver cansado de ter que lidar com as suas possíveis
queixas diante daquela situação completamente injusta.

E ela ainda prosseguiu ficando mais e mais a mercê da indecisão:
-Bem será que, eu mesma tive a coragem de concordar com isso, hã?

E pensando em um tom de ironia:
-Quero dizer, eu só posso estar brincando com o que ainda talvez me resta da minha
inteligência e da minha autoestima de pequeno ser humano, não é mesmo?

-Mas, eu devo concordar que eu não consigo resistir aos arrepios que ele conseguiu
provocar em mim quando passou a língua na ponta daquele canivete!
-Quero dizer, será que ele consegue mesmo, vir a me arrastar desse jeito todas às vezes,

mesmo quando eu principalmente não queira fazê-lo, da realidade para a fantasia numa
outra dimensão completamente mágica e ainda mais pervertida do que eu estava
esperando?

Porém, ela não conseguia conter as suas inúmeras preocupações.
-Puxa, eu... Estou sem palavras para tudo o que tenho passado! -Quero dizer, parece que ele é mesmo quem estou achando que ele seja. Pois, é isso o que ele quer fazer!

Chantilly não sabia mais o que dizer. Afinal, ao mesmo tempo ela sabia que não deveria
mentir, porque isso era algo muito feio de se fazer nas suas primeiras regrinhas, com as
quais ela aprendeu a adquirir o que as outras pessoas -que adoravam a sua vida pacata e
monótona- chamavam de integridade, enquanto indivíduo aos olhos da sociedade. E que
o segundo e principal alicerce desse seu caráter deveria, acima de tudo embora não
menos importante também a Honestidade! 

Então já, que ela ainda se via pensativa demais assim se seguiu, porque ela percebeu
que ainda tinha que andar mais umas duas ruas até conseguir chegar finalmente em
casa... -Rua das cerejeiras... Rua das orquídeas... Rua das tulipas, Não!

- A minha rua tinha um outro nome, só que eu tenho andado tão esquecida das coisas
ultimamente, puxa vida!

E ela tentava se lembrar de qual era o seu endereço. Mesmo, que ainda estivesse
distraída com o outro assunto talvez, pendente e que a incomodava muito de certa
forma.

-Puxa... E olha que eu já andei e andei... Mas, até agora o nome que eu precisava me
lembrar não é um nome de flor e isso eu sei.

Até que, finalmente ela conseguiu se lembrar de qual então era.
-Bem, depois da rua dos trevos sempre verdes... Eu acho que, a única que falta é a Rua
do Sol do meio dia! Ah, é essa então.

-E puxa vida, até que enfim eu a encontrei, pois, eu não tinha percebido que estava
perdida todo esse tempo entre a rua da cerejeira e das orquídeas e de que havia uma
outra rua também sem saída ali. - Acho que, foi por isso então que eu fiquei perdida!
E assim, quando ela finalmente depois de muito ter andado a primeira coisa que fez
quando estava prestes a abrir a porta, foi tirar os sapatos!
Seus pés estavam quase que gritando por socorro para saírem o mais rápido possível, de
dentro deles.

Porém, ainda assim não era a questão dos sapatos que mais a estava naquele momento
incomodando. Mas, sim a ideia de como o que ela achava ser apenas o seu bichinho de
estimação pudesse de uma hora para outra assim de repente, ter se transformado em um
monstro praticamente frio e também desalmado.

 Mas, ela também sabia que não poderia fazer muito em relação ao seu jeito mais
complicado de ser ou pelo menos da impressão do que ele lhe parecia na verdade ser e
nem que fosse pelo menos, só um indiciosinho que fosse mais óbvio.
Agora ela só precisava de um pedaço de rocambole e uma xícara de chocolate quente e
pronto!
No mais, bem pelo menos por enquanto nenhuma outra perturbação do mundo poderia
vir a lhe tirar daqueles preciosos instantes de tranquilidade.

E foi isso o que ela prontamente então fez!
 Tentou aproveitar cada minuto do seu lanche da tarde como uma rainha e só depois da leitura de um livro interessante sobre “Quais aspectos que uma pessoa pode trabalhar em si mesma para ter uma vida feliz”.

Foi aí que, no início da página 115, ela começou a sentir que teria a sua leitura
inevitavelmente interrompida pelo seu amigo: Sono!

E assim, a sua mais satisfatória tarefa foi a de se jogar na cama. E mesmo a chegada do
sono não tinha mais importância, pois, ela havia comido a única cereja daquele saboroso
pedaço de rocambole e o que a havia surpreendido tinha sido o fato, de que pelo seu
aroma o melhor de tudo é que ela estava fresca!

E aquilo a deixara apesar do dia ter sido como todos os outros -bem confusos- mais feliz
agora. Ela poderia voltar a seus sonhos mais intensos, guardando ainda para si em seu
silêncio mais íntimo a sua expressão favorita, entre todas as outras citações do seu
diário de recordações. Só que dessa vez o pensamento seria outro: “Hmm, Morangos,
frutinhas, morangos e por mil cerejas frescas do mundo... Do que será que, eu e meu
gatinho vamos brincar, hein?” 

Levando em conta o seu possível senso de organização considerava:
-Eu... Eu só espero, que tão rápido ele não venha a mudar as coisas que gosto de lugar!

E ela Chantily ainda atinava com tal questão, sendo para ela tão importante:
-Quero dizer, eu só espero que ele não quebre os meus móveis. -Afinal, antes mesmo de sair de casa para não haver de jeito nenhum mais bagunça eu já deixei tudo arrumadinho!
E prosseguia em pensamentos:

-Ai dele, se aquele bichinho tentar de novo tirar de lugar o meu tapete!

-Aliás, quantas, vezes mais eu vou ter que dizer para ele que o lugar dele não é
bagunçando o meu lugar na casa ora essa, mas no chão?!

- Puxa vida!

E divagando...
-Será que, ele não vai aprender a me escutar nunca? -Ainda mais se continuar agindo desse jeito... É que eu o amo e para mim, apesar de às
vezes parecer meio bobo ele é adorável!

E ela então mais e mais sobre Richard ficava intrigada.
-Sim, eu... Gosto dele apesar de tudo!

-Porque, por alguma razão ele é quase como se fosse igual a um livro ainda inexplorado
para mim, repleto de questões e de outras emoções que ele provavelmente está
conseguindo despertar em mim. As quais, de forma alguma a propósito eu conseguirei
prever quando ou em que desfecho para o meu destino elas irão resultar. Eu tenho que
admitir isso!

E quando estava prestes a se render ao sono, concluiu:
-Hmm, será que eu poderia vir a dizer que ele é o meu adorável homem-livro
ambulante?

-Porque... Não é que ele está conseguindo me atrair de fato?
-Não só quando ele me sussurra coisas que me pegam de surpresa, como: “Eu deixarei
mais algumas questões em aberto para você, querida.” Ou até “primeiro com os dentes e
depois a língua...” Enfim, no mais eu estou começando a me sentir atraída por ele, quase
que sem hesitar. Eu tenho que admitir que ele tem mais imaginação do que eu em certos
pontos!

-Quero dizer... Pela primeira vez, graças a Deus, quase que num passe de mágica esse
alguém está conseguindo mexer de alguma forma que eu desconheço, com o meu
imaginário!

-E o melhor de tudo, o segundo ponto positivo é que por enquanto ele ainda de mim não
fugiu. Então eu ainda nem sei, por qual outra maior sorte eu ainda estou esperando ter
do que esta!

Ela ainda exclamou para si mesma, em um tom extraordinariamente satisfeito como
sequer havia expressado antes. 

-Hmm, quem sabe um dia nós dois sozinhos, a meia luz possamos brincar de um novo
jogo divertido do qual, eu não sei o porquê, mas acabei de perceber: Brincar de rolar
pelo tapete não, é verdade?!

Sim, tudo bem que isso vai fazer talvez... Um pouquinho de bagunça não é, mas quem
se importa.

-Quero dizer, desde que eu possa quem sabe, morde-lo igual a uma cereja, macia e
quente de novo sob o meu batom desbotado pelo menos mais uma única vez na vida, eu
nem me importo mais, com o fato de ser chamada tantas vezes de viuvinha ou coisas
assim... Sabe!

-Antes, eu me deixava sabe me aborrecer fácil hoje, desde que eu possa digamos bater
as botas quem sabe, então de um jeito ou de outro eu quero ser uma viuvinha!

-Mas, desde que como meu último desejo graças ao bom Deus eu tenha o direito nada
mais juto não, é de poder vir á aproveitar a melhor parte disso o quanto antes sem
dúvida!
E ela por fim, sentia que o seu coração acelerava, por algum motivo.

 -Ah, se eu vou, pois já passei por muitas porcarias viu além do mais esse tempo todo
também, ora!

E ela então cada vez mais instigada pela sua imaginação pensava:
-Hmm, Nós dois brincando de rolar no tapete. Mas, o que será que eu deveria pedir que
ele usasse primeiro: A língua ou os dentes?

-Se bem, que como no ditado a pressa nesse caso é inimiga da perfeição! 
-Eu acho que, vou pedir que seja aos poucos, bem devagar...Afinal, até a hora de eu vir
á conseguir dormir isso normalmente como de costume demora então eu terei ainda o
resto da noite em que continuarei acordada pela frente. -Hmm, tomara desejo eu agora para mim, mesma que seja um momento tão excitante
como o Natal! -Quero dizer, eu espero que ele se pareça igual a um imenso presente debaixo um dia,
da Árvore: Onde o momento mais feliz e mais esperado também será então o de puxar
com mais cuidado a fitinha!

E nisso ela teve mais brilhante uma ideia para o seu diário de recordações:

-Hmm, por mil diários, tapetes, cerejas e fitinhas desamarradas porque, é que por cargas
da água é que agora eu já não consigo então a vir a pensar em mais nada que não
envolva um criado ou mesmo, uma faca?
Se bem que, agora aquilo tudo em sua mente estava quase que como em uma imensa
tempestade.
Mas, haveria algo mais interessante assim, do que vir á imaginá-lo cravando os dentes
um por um lentamente em um morango?
Ainda sim, na mente dela nada. Nada, poderia superar aquilo!
E como ela sendo assim, já dizia fazer o quê: Hmm, que delicia morangos, e agora ficou
ainda melhor também cerejas!
Cerejas doces e avermelhadas, por sinal.

Então para que ainda esconder senão, vir a ter que concordar irresistivelmente: Hmm,
quem poderia imaginar que morangos, frutinhas, frutinhas e morangos não é mesmo
bem ou mal um dia, viriam a calhar. 


       
             XII
Chantilly enquanto tentava insistentemente dormir, se virando de um lado para o outro
não podia evitar de pensar que seu amado bichinho de feição adorável agora brincava
com sangue! 
Ele praticamente dançava sensualmente em sangue alheio! E isso para ela,
levando em consideração o seu lado mais racional, deveria ser tido sem dúvida, como
algo absolutamente perigoso.
Não, ela jamais deveria se deixar envolver por aquilo tudo, por aquele jogo confuso, à
meia luz das suas próprias emoções onde ele pelo contrário, não se sentia nenhum
pouco atordoado como ela se sentia.

Mas, apesar disso ela também não estava conseguindo tirar uma outra imagem bem
peculiar da sua mente espevitada Pudera: ele deslumbrante, sem camisa, mordendo um
enorme morango!
E ah, como ela relembrava aquilo tudo repetidas vezes!
Como aquela voz que lhe sussurrara docemente, ouriçando todos os poros
inimagináveis de sua pele: “-Não se preocupe, minha querida viuvinha, pois você e eu
ainda poderíamos brincar de casinha... Ou ainda melhor do que isso já que eu vou
começar usando os dentes primeiro, eu poderia tombar você sobre uma mesa e fazer de
você o meu pequeno pedaço de bolo não é mesmo?”

 De repente, lá estava o gato prosseguindo seu discurso...
Mas, agora eu vou lhe confessar que... Não tenho como garantir se isso vai acabar
machucando um pouquinho. Não se sabe! 

E eu só posso garantir uma coisa por enquanto: que, se você começar a sentir algo entre as minhas pernas, o que provavelmente não vai ser muito seguro para você a parte é minha!

- Já a sua, vejamos...
vai depender que você não fique se mexendo muito também para que depois não acabe
ficando toda dolorida, certo?
Estaria ela tendo então um pesadelo ou seria mesmo fantasia? O gato, ainda assim, lhe
dizia:

-Venha, minha viuvinha, vamos brincar de rolar pelo tapete, como você tanto quer meu
bem! 

-Venha e vamos fazer isso, de um jeito doce e macio, como você tanto espera! Você
feliz em meus braços... Meu pequeno e frágil novelo de lã! -Pois, foi por isso que você tanto esperou a sua vida toda! Pense bem, você aqui comigo
se entregando... Feliz e rosada, mais que satisfeita, segurando firme em meus ombros... Tenho certeza que depois desta noite você não vai querer voltar de jeito nenhum, para
aquela vida patética e decadente de uma dona de casa!

E revendo sua própria fala, titubeou:
-Quero dizer, pensando bem... Quem lhe garante, não é mesmo que talvez depois de
mim haja alguma outra esperança de sorte para você, hein?
E ainda mais, ele ia lhe dizendo enquanto cada vez mais dela sorrateiramente se
aproximava persuasivo como sempre o que ela observava calada. -O que depois você vai fazer da vida? Daquela casa... hã?

-Afinal, querendo ou não, você tem que admitir ora, que seu pai não vai durar para
sempre, não concorda? -E além do mais, eu tenho certeza que você sempre esperou por algo mais minha pequena!

-E eu sei também que você está tentando fazer o máximo possível para tentar mudar as
coisas não é mesmo?

-Eu bem já lhe conheço e sei que minha viuvinha é exigente que só! Concorda comigo?

- Pois, se está a ler um livro nem sempre gosta do que lê... Ou se está a arrumar a casa,
não gosta nenhum pouco de lavar os pratos porque acha isso tedioso demais, logo para
uma pessoa tão inteligente, e tão cheia de vida! - Ou se está a terminar as tarefas no domingo, pensa: “que mulher independente e inteligente o bastante tem que ficar em casa quase que o tempo todo limpando o fogão,
ou arrumando a mesa, enquanto as outras pessoas com isso na verdade, nem se
importam?”
-Não é com isso que você realmente está esperando acabar? - Quero dizer, logo você que é tão criativa, que tem lá justo o seu mundinho próprio, quer acabar repetindo essa coisa antiquada, Chantilly? -Você vai acabar submissa a um marido com ideias de minhoca, grosseiro e ainda por
cima feio de doer, com uma penca de filhos, e um empreguinho “meia boca”?

-E como se não bastasse, se não for por você as coisas só continuarão piorando, sabe?
Após uma breve pausa continuou:

-Meu bem, faça um grande favor a si mesma, sim? Tente fazer a escolha certa!
- Eu se fosse você pelo menos, não deixaria passar esta oportunidade! -Você se pensar bem, tem uma sorte danada e até agora, pelo que eu sei não vai querer
bancar a imbecil de me deixar ir embora assim, sem mais nem menos. -Sem que antes, você consiga usufruir dessa sua boa sorte que só vai lhe acontecer
provavelmente, uma única vez durante todos os anos ainda seguintes!

-Então... Se eu fosse você só desta vez pelo menos, eu não usaria o “depois” como uma
desculpa. E faria aquilo que o meu coração diz que valeria muito a pena agora. E então ela depois de ouvi-lo em seus pensamentos concordava com uma boa parte de
tudo o que ele havia lhe dito. Agora, ela estava estranhando cada vez mais, aquele
momento em que se encontrava: “-Oh, bem... Eu estou surpresa com tudo que ele acabou de me dizer! -Puxa vida! -E agora, o que é que eu vou fazer?

-Ele está de pé aqui bem na minha frente e eu estou suando frio por dentro e as minhas
bochechas, provavelmente por alguma razão bem embaraçosa, que talvez eu ainda
desconheça estejam corando... Mas, eu não consigo evitar!
- Por mais que eu queira fazer isso e... Que droga!
E ela então decidiu respirar um pouco mais profundamente para tentar se acalmar e
achou melhor por enquanto, não responder nada. Mas, ele percebendo sua inquietação
sorriu.

Ela, entretanto, continuava pensando insegura:
“-Ai, droga! Isso não é um bom sinal... pelo menos, para mim não é mesmo! -Primeiro: posso notar que ele parece alegre demais para o meu gosto... -E segundo: por enquanto, estou estranhando porque até então nada me aconteceu de
ruim. O que eu posso presumir que, naturalmente como me é de costume já deveria ter
acontecido, não é?

Ao mesmo tempo, em que ela havia decidido ficar calma, pois, assim talvez e com um
pouco mais de sorte ela conseguiria vir a acordar. Sugeriu a si mesma:
-Quem sabe, eu consigo respirar mais fundo e fingir que estou tranquila... Ou talvez, eu
possa disfarçadamente ir para perto da porta e quem sabe, eu não consigo abri-la a
tempo e correr dele o mais rápido possível!?
-Até porque, eu estou morrendo de medo!

-Puxa vida, eu não quero de jeito nenhum ficar aqui e esperar pelo que pode ou não me
acontecer. Ou... Já sei! Eu posso tentar me esconder debaixo da cama! -Hummm... Mas, provavelmente eu não seria rápida o bastante para vir a me esconder
sem que antes ele me puxasse pelos pés e depois muito bravo me arraste pela casa... Mas, nossa... Quando estava mordendo aquele morango eu pensei “tomara que ele não
me jogue contra a cômoda. Pelo bem das minhas costas, por favor, isso não!” Como percebeu que ela estava muito quieta, ele resolveu lhe falar. Ela apenas, naquele
momento olhava para ele surpresa, pois ela. Tinha um enorme receio de lhe dizer sobre
o que ela estava realmente então pensando.
Após, uma piscadela ele lhe disse provocativo:

-Eu sabia que você nunca iria mudar! -Pois bem, agora vamos cumprir o que eu lhe prometi, está bem?
Dizendo isso, ele a agarrou firme pela cintura e sem demora, a prensou sobre o criado
mudo. E ela relutante, até então não estava entendendo porque cargas d’água ele havia
se debruçado daquele jeito sobre ela e aquela mobília.
Apesar, de ele ter fechado a porta sem que ela percebesse, agora ela podia ter uma visão
acima dele. Se bem que, agora ela estava olhando dentro dos olhos dele e querendo ou
não, ela se sentia um morango.
Se ela tentasse se mexer, muito provavelmente cairia do móvel então por via das
dúvidas, mesmo se equilibrando com muito custo mesmo assim naquele pequeno
espaço era melhor que ela não o fizesse de jeito algum.
Então ele a segurou mais firme, sem querer soltá-la. E ela à medida que ia percebendo
não ter outra escolha a não ser a de se segurar nele, encolhia a barriga de tanto nervoso!
Seus pés tentavam àquela altura ter uma noção do chão que ela queria sentir que talvez
pudesse contar pelo menos, com o tapete. Mas, naquele instante ela não teve sucesso.
-O que foi minha viuvinha aconteceu alguma coisa? -Ele então lhe perguntou.
E ela olhava para ele com aquela expressão de surpresa, com receio ainda de que ele
soubesse o que ela estava realmente pensando.
Ela ainda assim tentava se equilibrar e esquecer a ideia de que talvez fosse bom vir a ser
um morango, pois, dessa outra perspectiva tudo o que um morango poderia fazer era
infelizmente talvez... Não falar? Ou será que, havia algo bom nisso? E então ela ainda o
olhava enquanto ele chegava mais e mais perto, a ponto dela sentir a sua respiração mais
quente. E aquilo não era ruim! “-Humm, isso é tão bom... - dizia ela então para si mesma - pois, estou sentindo que
todos os poros da minha pele agora ficaram em alerta por alguma razão. -Mas, quem sabe eu ainda vou descobrir o motivo!
-Oh, droga agora eu estou sentido de novo aquele pequeno desconforto mas, deve ser
porque ele está perto do meu pescoço me mordendo...”
“-E eu que acreditei que eram apenas, beijos de boa noite! -Eu quero resmungar. Dizer que isso está desconfortável, mas, por alguma outra razão...
Ai minha nossa, eu não consigo!
- Eu devo estar tão irritada com tudo isso que não estou conseguindo respirar, nervosa
desse jeito!
- Eu deveria estar muito brava com ele e isso é tão confuso, pois, agora eu nem estou
conseguindo raciocinar!
-Agora o meu coração está escalando mais e mais até o topo da minha garganta. -E o meu corpo inteiro está descontroladamente respondendo que está feliz, ficando -por
alguma razão pela qual eu também estou muito assustada- eufórico.
Ele ia e vinha beijando-a de ponta a ponta, igual a uma pequena bailarina
complementarmente aprisionada na sua caixinha de música. Puxava o seu cabelo
provocando outra sensação que ela não conseguia descrever, pois, se agigantava e ela
sentia que era algo com o qual o seu corpo não estava acostumado. Ela achou embaraçoso demais lhe perguntar o que aquilo podia ser. E assim, preferiu
não fazê-lo. Mas, ela poderia jurar que uma hora o seu corpo estava quente demais e 
numa outra ele oscilava novamente estando muito frio e em outra, inesperadamente
morno... E era assim, sempre instável... Até que, em um instante ela deslizou uma de
suas mãos por entre as pernas e o que ela ali percebeu a fez ficar vermelha, muito
vermelha... Igualzinho mesmo a um morango de puro constrangimento! “-Puxa! É assim que um morango deve se sentir às vezes!
- Humm, acho que desta vez ele está falando a verdade!
- Nossa! Isso é tão... Eu nem sei, como encontrar palavras para isso. -Ao mesmo tempo, em que meu estômago se redobra sinto que o resto do meu corpo
quer isso desesperadamente!
-Acho que, agora como eu estou exausta por alguma razão eu estou prestes a
desmoronar!”
E cada vez mais ele ia e vinha em um movimento lento e doce enquanto ela mantinha o
foco em apenas olhá-lo. Até que, finalmente, quando ela achava que poderia voltar a
respirar normalmente e que ele havia se cansado, abruptamente ele a lançou sobre o
tapete, dando uma trégua para sua coluna, que parecia agora mais à vontade ao chão de
madeira. Porque pelo menos, ela agora estava em terra firme! Quando ela conseguiu se
virar para ver se ele ainda estava no quarto, ela o viu colocando a fivela no lugar e
fechando o zíper, permanecendo imóvel como uma estátua por alguns instantes. Até que
ele se agachou e de novo estava lá a acuando incansavelmente igual a um ratinho!
Reunindo o que ainda havia lhe restado de fôlego ela comentou: -Puxa, eu não sabia que você era assim...
E ele então lhe respondeu, enquanto lhe dava mais uma trégua. - Ah, minha viuvinha, só você mesmo para se deixar impressionar tão facilmente com
tudo não é mesmo?
E ele ainda mais não perdeu tempo em lhe sussurrar:
- Ah, mas...Naquela noite pensando bem, não me diga que você não gostou e nenhum
pouco da sua surpresa de dia das Bruxas não é verdade, hã?
E ele ainda mais lhe dizia com um tom provocativo:
- Você naquele momento tão terno e quente em meio ao escuro do seu quarto ouvindo
apenas, o som da minha voz, hein...
E ele ainda brincou o que mais pareceu a ela um comentário, muito sem sentido:
-Quero dizer, não me diga que você aquela altura nunca, nunca pensou em nada não é?
E ele ainda lhe sussurrou enquanto mordiscava sua orelha e ela estava mais fria do que
um copo de leite da caixinha guardada na geladeira:
-Não se preocupe, minha pequena Branca de Neve. Eu já não lhe disse que você é uma
bobinha, que ainda não viu nada?
E ela consentiu com a cabeça enquanto pensava: “-Oh, puxa será que eu estou mesmo encrencada?” E com expressão em desagrado
comentou:
-Você é tão grosseiro quando quer, sabia?
-É mesmo? Ah, Mas... Eu duvido que depois você não vai esperar por tudo isso de
novo!
-E não se preocupe minha viuvinha, porque outra hora eu vou voltar, sabia disso? -Até porque, eu achei divertido brincar de rolar pelo tapete atividade que você me
sugeriu, por sinal!
E ele ainda mais com o seu tom prosseguia: -Ah, só mais uma coisa antes que eu me esqueça: tenha muito, muito medo. Porque eu
ainda irei voltar para terminar de te devorar, minha doce viuvinha de carne e osso!
-E admita que esse foi o melhor sonho que você já teve. Porque você também quando
bem quis colocou as mãos em mim é claro, onde não deveria!
E ele ainda resolveu prosseguir:
-Quero dizer... Que feio isso, não é mesmo?
- Ainda mais para uma mocinha!
Mas, ele ainda sim continuou lhe falando e ela corava diante de sua perspicácia como a
um morango, pois, ela já não sabia mais o que fazer para não lhe dar mais ouvidos
diante das suas bobagens desenfreadas:
- Quero dizer, eu acho que eu bem já havia lhe dito que ao mesmo tempo, que eu iria
deixar mais questões em aberto para você. E ele pelo visto era imprevisível, como nunca:
E ah, sim... Que, eu também iria digamos deixar mais do que uma varinha de condão
para as suas delicadas mãozinhas então se ocuparem, não é mesmo?
E ele ainda antes de ir achou graça, pois, o dia amanheceria depressa e por isso ele teve
que ir embora.
Porém, ela de repente, acordou mais uma vez agarrada ao travesseiro de supetão em seu
quarto. E isso lhe parecia algo muito incomum, porque desta vez, ela desejava e muito

estar tranquilamente dormindo bem melhor do que pensava.

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