domingo, 9 de junho de 2013

Agrado

Por: Maiara Cecília

Beijarte-ia sua mão docemente até, as pontas dos dedos!
Como que a desvendar, os mistérios de uma concha.
Deleite, de aveludados segredos...
Ainda pacientemente, retraídos ao toque dos lábios meus.
Até, chegar à pérola, a relva sob o luar.
Até entregar-te as primícias de uma paixão, aos seus sonhos calados, de Amor!
Rompendo, os espinhos até a sua alma em flor.
Um milagre da natureza, como o mar acariciando a areia.
O perfume, de seus contornos contrapondo poeta errante, com a formosura de uma cerejeira.
A invejar, os raios despontados do amanhecer...
Sua voz me instiga como que, um enigma a conhecer-te.
Em minhas mãos aflorando a chama tímida, de seu coração, ainda que tremula.
 Como a que, a desfazer as pétalas de uma rosa no verão.
A esquecer, das prisões de uma vida inteira!
 Ascendendo assim, gentilmente a áurea das maçãs, coradas do seu rosto.
Beijarte-ia, sua mão como a que um pequeno agrado.
Agradecendo, aos céus por tão doce ser abençoado.
Feliz, feliz fora eu, por ter tentado amar pequena criatura, aos meus olhos apaixonados tão perfeita!
Pena, que não conseguiria expressar sua beleza intocável em palavras, tão passageiras.
Pois, entre seus dedos deixaram uma aliança, concretizaram um voto sagrado.
Mas, em meu peito selaram os rastros de um punhal injustamente, amargo.
Sem que antes, pudesse vislumbrar nem sequer, os olhos, de meu menino amado!
Apaga-te, de uma vez candeia de certo, ultrajante, pois já não me basta seguir errante?
Amando um amor, que nunca será meu!
Admirando de longe, os olhos que de mim ainda sim, fugirão.
Haverá no mundo, maior traição?
Pois, lhe escrevo meus versos afáveis, mas de certo, serão outros, que os receberão!
 Apaga-te então, candeia, mas deixe ainda sim, aquela terna memória, em meu coração.
Pelo menos, para que possa sofrer aos poucos, em desilusão.

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